Todo e qualquer desenho feito por Arquitetos brasileiros (e estudantes de Arquitetura) tem que seguir o que estabelece a norma NBR 6492 (1994). Já abordamos o assunto no post que pode ser acessado aqui.
Esta Norma começa estabelecendo diversas definições fundamentais,tais como:
- Planta de Situação
- Planta de locação ou Implantação
- Planta de edificação
- Corte
- Fachada
- Elevações
- Detalhes ou ampliações
- Escala
- Programa de Necessidades
- Memorial justificativo
- Discriminação técnica
- Especificação
- Lista de Materiais
- Orçamento
Sobre a produção do desenho em si, a Norma irá tratar desde os tipos de papeis a serem utilizados (lembrando que a Norma contempla também a produção de desenhos feitos a mão livre e a instrumentos), assim como os formatos padrão de folhas (sendo o tamanho máximo o A0 e o mínimo o A4), a posição do Carimbo e os itens que devem dele constar.
A Norma especifica a posição das dobras das folhas, indicando ainda ser necessário observar o que diz a Norma NBR 10068 (Folha de desenho: leiaute e dimensões – padronização).
As diversas Fases que compõem um Projeto de Arquitetura – assim como os desenhos que devem ser apresentados em cada uma – também são definidas pela Norma:
- Programa de Necessidades
- Estudo Preliminar
- Anteprojeto
- Projeto Executivo
- Projeto como construído (“as built”)
A Norma especifica TUDO o que deve ser indicado em Plantas, Cortes e Fachadas, de acordo com a Fase de Projeto. No caso de Projetos Executivos, a Norma irá indicar inclusive o que apresentar nos Detalhes Construtivos, Ampliações, Detalhes de Esquadrias e Quadro Geral de Acabamentos.
Tomando o Estudo Preliminar como exemplo, teríamos que apresentar obrigatoriamente:
Planta de Situação
- simbologias de representação gráfica, conforme as prescritas no Anexo da norma;
- curvas de nível existentes e projetadas, além de eventual sistema de coordenadas referenciais;
- indicação do Norte;
- vias de acesso ao conjunto, arruamento e logradouros adjacentes com os respectivos equipamentos urbanos;
- indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático da cobertura das edificações;
- denominação dos diversos edifícios ou blocos;
- construções existentes, demolições ou remoções futuras, áreas non aedificandi e restrições governamentais;
- escalas
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.
Plantas, Cortes e Fachadas
- simbologias de representação gráfica conforme as prescritas na Norma;
- indicação do Norte;
- caracterização dos elementos de projeto: fechamentos externos e internos, acessos, circulações verticais e horizontais, áreas de serviço e demais elementos significativos;
- indicação dos nomes dos compartimentos;
- cotas gerais;
- cotas de níveis principais;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.
Podem ainda ser apresentadas:
- Sistema estrutural;
- Eixos do Projeto;
- Cotas complementares.
Desta forma, a produção de desenhos para Projetos de Arquitetura segue uma padronização a ser seguida em função da Fase de projeto que está sendo apresentada.
A Norma 6492 estabelece ainda os Tipos de Linhas de Representação, cujos pesos gráficos variam entre 0,1mm e 0,6mm aproximadamente – vale destacar que esta variação leva em consideração o desenho a mão, que não é tão preciso quanto os desenho feitos em plataformas CAD.

Para um entendimento do uso de layers do Autocad e os diversos tipos de Linhas de Representação a ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) edita um Manual que auxilia na correta configuração dos arquivos ctb (arquivos de configuração de plotagem do Autocad). O manual pode ser baixado neste link.
Assim, cada elemento do desenho precisa estar corretamente desenhado no respectivo layer, de forma que na impressão/plotagem do arquivo o Peso Gráfico esteja atendendo ao que estabelece a Norma.
Os símbolos gráficos (norte, indicações de nível, cortes, fachadas, tamanhos de letras, etc) são todos padronizados e estabelecidos pela Norma 6492. Qualquer símbolo com características diferentes não estará atendendo a Norma.

Observação importante: estas informações são direcionadas a projetos acadêmicos – para projetos “da vida real” é indispensável a contratação de um Arquiteto para a verificação das necessidades de seu projeto e adequações a legislação de sua municipalidade.