O projeto de Arquitetura tem que ser pensado na escala 1:1. No entanto, a produção dos desenhos com o objetivo de enviar à obra para a execução do projeto (Projeto Executivo) deve ser feito em escalas compatíveis com a correta representação dos diversos elementos.
Em geral, plantas, cortes e elevações são produzidas em escala 1:50 e detalhamentos nas escalas 1:25, 1:5 e mesmo 1:1. Implantação e Planta de situação, dependendo dos casos, em escalas 1:500, 1:750, 1:1000. Projetos de Prefeitura (“Projeto Legal”) possuem escalas de representação diferentes, de acordo com as Normas Municipais locais.
A norma que rege a maneira como os arquitetos devem representar os desenhos é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura (1994) e tem que ser utilizada.
O Projeto Executivo de qualquer edificação – seja uma pequena reforma ou um conjunto complexo de edificações – tem que obedecer – além das posturas dos Códigos de Obras – TODAS as Normas pertinentes – no Brasil existem cerca de 1000 normas envolvidas na elaboração de um projeto de edificação. É importante destacar que cada tema de projeto possui normas específicas a serem seguidas: restaurantes, hotéis, clínicas, etc.
Há, no entanto, questões comuns a todos os tipos de projeto. Um exemplo: você sabia que uma simples porta de madeira possui uma norma específica que trata dos elementos que a constituem, dimensões de folhas, resistência a impactos, nomenclaturas, representação gráfica, fabricação, etc. ?
A NBR 15930 (2011) – Portas de madeira para edificações é dividida em duas partes, totalizando cerca de 130 páginas somente sobre o assunto.

No exemplo acima, mostramos uma porta de madeira com marco de 16cm, detalhado especificamente para um sanitário residencial, já considerando as medidas de revestimentos. Observe que a espessura da alvenaria e o tipo de revestimento vai influenciar o tamanho do marco – ou seja, uma mesma porta de madeira (mesmo tamanho de folha de porta – neste exemplo, folha de 60cm), pode ter marcos com tamanhos diferenciados num mesmo projeto.
A fim de evitar isso, muitos profissionais e construtoras optam por utilizar portas de madeira com marcos reguláveis – também chamado de “Kit Porta-pronta”– este tipo de porta também está detalhada e especificada na norma.
Pensar o projeto no detalhe ajuda a evitar “problemas” na execução do projeto: alizares, por exemplo, tem que possuir dimensões compatíveis com as espaletas deixadas no vão osso da alvenaria. Imagine se numa obra de um edifício, com centenas de portas existentes no projeto executivo, são indicadas portas com alizares que não cabem na espaleta existente? Ou com o sentido de abrir da porta errado? Certamente um prejuízo muito grande.
Este simples exemplo – uma porta – nos ajuda a entender o grau de complexidade que envolve um projeto de arquitetura e o porquê de ser indispensável que um profissional esteja constantemente se atualizando com relação à normas e legislação.
Observação importante: estas informações são direcionadas a projetos acadêmicos – para projetos “da vida real” é indispensável a contratação de um Arquiteto para a verificação das necessidades de seu projeto e adequações a legislação de sua municipalidade.