Material de apoio desenvolvido para a disciplina de dp de Projeto de Arquitetura: Forma & Cidade, cujo tema é Museu de Artes Visuais.
Para o planejamento de uma edificação destinada a sediar um Museu, seguindo as diretrizes projetuais apontadas na parte I desta postagem (veja aqui), consideramos fundamentais que se observem as quatro questões a seguir. Como estudo de caso, sugere-se o projeto do MASP (1968) da arquiteta Lina Bo Bardi.
INSERÇÃO URBANA
Analisar a Edificação no contexto da Paisagem Urbana em que está inserida. Museus são edifícios que possuem grande impacto como ícones arquitetônicos e urbanos; entender sua relação com o entorno é de grande importância. Esta relação se dá desde o nível do pedestre (acessos, percursos) até o nível do bairro e da cidade. Como imagem icônica, o estudo de suas fachadas e as visuais que se pretendem ter nos diferentes níveis (rua, bairro, cidade) são fundamentais.
CONTEXTO HISTÓRICO versus MOVIMENTOS ARQUITETÔNICOS
É importante entender a produção arquitetônica como essência de seu tempo – seja afirmando ou negando discursos. A Arquitetura – entendida como objeto construído – carrega em si partes de discursos ideológicos com os quais os autores se identificam.
Esta identificação formal é mais fácil de se identificar nas obras de até meados dos anos 1970 (que coincide com o “fim” da Arquitetura Moderna). A partir de então (com o “início” da Arquitetura Pós-Moderna e Arquitetura Contemporânea) ainda não temos o distanciamento histórico necessário para uma “correta” classificação.
É importante destacar que o MASP, além de sua força como ícone urbano (vide item anterior), possui grande importância como obra do período Brutalista da Arquitetura Paulista.
PROGRAMA DE NECESSIDADES versus A NARRATIVA PROPOSTA
Outro item a analisar é a relação entre o Programa de Necessidades estabelecido pelo Projeto em relação a Narrativa proposta pelo mesmo (sobre narrativas: ver a primeira postagem) – como os espaços de exposição estão conectados e como se relacionam entre si e com os demais ambientes, assim como sua setorização nos diversos pavimentos.
ESCALA HUMANA versus ESCALA DA EDIFICAÇÃO
Museus possuem áreas de “transição” entre o exterior e o interior, de forma que o usuário sinta a transição entre o fora e dentro, entre o cotidiano e o diferente, entre o concreto e o abstrato. Essa transição muitas vezes se dá pela diferença de escalas. Esta transição ocorre, em geral, através das circulações verticais e horizontais.
Uma vez “dentro” do Museu, as escalas também variam: há salas com pés direitos menores, com o intuito de criar um ar mais intimista/reflexivo, outras com grandes pés direitos para aumentar a sensação de grandiosidade e abstração.