Considerações básicas sobre projetos de Museus de Artes Visuais

Material de apoio desenvolvido para a disciplina de dp de Projeto de Arquitetura: Forma & Cidade, cujo tema é Museu de Artes Visuais, tendo como referência bibliográfica o livro de David Littlefield (LITTLEFIELD, 2008) e o Código de Obras do Município de São Paulo.

A integra deste material está aqui: CONSIDERAÇÕES BÁSICAS SOBRE PROJETO DE MUSEU DE ARTES VISUAIS.

Um Museu é um tipo de equipamento que envolve uma série de Profissionais extremamente qualificados como: curadores, especialistas em Arte, restauradores, pesquisadores, relações púbicas, marketing, etc. que necessitam ter áreas específicas onde possam trabalhar/permanecer.

Além da função relacionada à sua característica de ser um local de Exposições permanentes e temporárias, os Museus possuem uma função educacional geralmente voltada a fomentação da cultura e demais saberes. Os prédios são marcos na Paisagem devido a sua escala, em geral, monumental. No caso específico da disciplina Projeto de Arquitetura: Forma – Cidade, essa discussão sobre a implantação da edificação e sua relação com a Paisagem Urbana é de suma importância.

No caso de Museus com espaço reduzido devido a limitações de implantação, parte do acervo permanente pode estar exposto e parte guardado, fazendo uma espécie de rodízio na área de Exposição.

Para a definição de um Partido a ser adotado no Projeto é fundamental que se entenda o tipo de Circulação que se pretende dar ao Visitante – a Narrativa/Experiência que o Museu pretende fazer os usuários experimentar, conforme as sugestões de Tipologias apresentadas a seguir.

TIPOLOGIAS

Cada Museu possui uma “Narrativa” que está ligada diretamente ao percurso planejado para o visitante, criando diferentes Tipologias.  Ver Littlefield (2008) para uma lista completa de exemplos de narrativas versus percursos.

ORGANIZAÇÃO DE VOLUMES

Os volumes propostos para a Edificação devem levar em conta não só a Espacialidade da Forma, mas a Setorização adequada às diversas atividades a serem desenvolvidas no Museu.

As áreas de Exibição precisam ter um controle de acesso monitorado por seguranças (físico e eletrônico), devido ao valor financeiro agregado ao material exposto. Salas de Exposição não devem nunca ter acesso direto as entradas/saídas da Edificação.

Outro fator fundamental envolve fatores climáticos: proteger o acervo de exposição direta às intempéries (sol direto, chuva, etc) assim como manter a temperatura interna sob rigoroso controle. Pinturas, especificamente, necessitam de cuidado especial quanto ao calor e a umidade.

PROGRAMA BÁSICO

O Programa de um Museu está diretamente relacionado ao seu tamanho, o tipo de Acervo e a experiência narrativa que ele se propõe a oferecer. A seguir uma sugestão de programa de necessidades de um Museu de pequeno porte, voltado para Artes Visuais.

  • Entrada: Recepção, bilheteria, lojas, café, sanitários, guarda-volumes.
  • Exposição Temporária (subdividida em áreas de Exposição, conforme a Tipologia adotada)
  • Exposição Permanente (subdividida em áreas de Exposição, conforme a Tipologia adotada)
  • Setor Educacional: salas de aula, midiateca, acervo de leitura, teatro/anfiteatro.
  • Setor administrativo: administração, curadoria, conservação, direção, etc.
  • Setor de Apoio: salas de reunião para workshops, laboratórios de conservação e documentação, apoio a fotografia (câmara escura, sala de secagem)
  • Depósitos:/Acervo Técnico Acervo restrito, Acervo Temporário, Acervo Permanente. Área de Segurança, Guarda de Coleção para Transporte, Áreas de Inspeção.
  • Manutenção predial: Funcionários, Material de Limpeza, Depósitos, Vestiários, Copa.
  • Áreas técnicas: salas técnicas para hidráulica, elétrica, telefonia, dados e voz, ar condicionado, pressurização escadas, sistema de prevenção de incêndio, poço do elevador, acesso ao reservatório inferior (todas no subsolo). No Ático/cobertura, Caixa d’água, casa de máquinas de elevador, ar condicionado (dependendo do sistema de condicionamento de ar a ser adotado)

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIOI DE SÃO PAULO (COE)

De acordo com o COE de São Paulo, o Tipo de Uso de Edificação em que os Museus estão incluídos são considerados Locais de Reunião e, portanto, geradores de público.

Para quantificação das saídas de emergência e escadas enclausuradas, consultar também a NBR 9077 e a IT-11.

O número de sanitários é calculado pela seguinte relação: 1 bacia e 1 lavatório para cada 50 pessoas, sendo 3% do total destinado a pessoas com deficiência (ver NBR 9050).

Utilizar os índices disponíveis na Lei de Zoneamento / Uso e Ocupação do Solo (TO, CA, Permeabilidade, recuos) para determinar os limites construtivos aplicáveis.

 

REFERÊNCIAS

São Paulo (Cidade) Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo; Lei nº 11.228, de 25 de junho de 1992. Dispõe sobre as regras gerais e específicas a serem obedecidas no projeto, licenciamento, execução, manutenção e utilização de obras e edificações. São Paulo : Classe A, 1992. Disponível em: < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/upload/pinheiros/arquivos/COE_1253646799.pdf> Acesso em 30 mar 2015.

LITTLEFIELD, David. Metric Handbook: planning and design data. Oxford: Architectural Press, 2008.

Para explorar agora

A arquitetura e o ensino vistos por diferentes ângulos.