peso gráfico – Marcelo Sbarra https://marcelosbarra.com Site do arquiteto e professor Marcelo Sbarra Fri, 14 Aug 2020 16:42:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://marcelosbarra.com/wp-content/uploads/2017/07/cropped-logo-msarq-quadrado-150x150.png peso gráfico – Marcelo Sbarra https://marcelosbarra.com 32 32 Peso gráfico – Representação de projetos de arquitetura (NBR-6492) – III https://marcelosbarra.com/peso-grafico-representacao-projetos-arquitetura-nbr-6492-iii/ Sun, 04 Dec 2016 01:47:36 +0000 https://marcelosbarra.com?p=1840 Assim que o aluno inicia a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – nas disciplinas de 1º semestre – ele é apresentado à Representação gráfica de projetos de arquitetura. O nome da disciplina varia em cada escola: Desenho Técnico, Expressão Gráfica, etc.

Vem aquela lista imensa de materiais: par de esquadros, régua T, transferidor, compasso, “mata-gato” (vocês conhecem?), lapiseiras 03-05-07-09…

Estas últimas – as lapiseiras – são os instrumentos manuais mais importantes para despertar no aluno a sensibilidade para uma questão primordial na correta representação de um projeto: o peso gráfico.

As diferentes espessuras dos grafites são utilizadas para o desenho de diferentes elementos em planta baixa, em corte e em elevação.

Em geral, a lapiseira 03 é utilizada para a confecção de linhas de construção do desenho.

Na sequência, a lapiseira 05 é utilizada para elementos que estão cortados, mas que na ordem de importância são representados mais finos que os demais: caixilhos/portas/janelas, soleiras, mobiliários, peças fixas, etc. Também costuma-se utilizar para as simbologias, cotas, etc.

A lapiseira 07 vai dar o peso necessário à alvenaria. Já a lapiseira 09 pode ser utilizada para os elementos estruturais (pilares, em planta, e vigas e lajes nos cortes).

Esta “simplificação” dos pesos gráficos atribuídos aos elementos representados funciona muito bem na escala 1:100 – que é a escala usualmente utilizada nas disciplinas de Desenho Técnico/Expressão Gráfica.

Consegue, inclusive, atender ao peso gráfico estabelecido pela NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura.

Esse conhecimento prévio destas disciplinas de desenho são fundamentais às disciplinas de Projeto de Arquitetura.

Mas o que acontece, de maneira geral? Os alunos tendem a ter uma dificuldade grande em aplicar o conhecimento adquirido nas disciplinas de desenho na hora de apresentar os primeiros projetos, nas disciplinas seguintes do curso.

Um dos motivos principais é que dificilmente um projeto é desenvolvido na escala 1:100 nas disciplinas de Projeto de Arquitetura – salvo na primeira disciplina de Projeto, onde o tema, em geral, é a residência unifamiliar (ou seja, um projeto com dimensões reduzidas).

É bastante comum projetos acadêmicos serem desenvolvidos nas escalas 1:200, 1:250 (teatros, museus, multifuncionais, etc) – desenhos, portanto, MENORES daqueles feitos na escala 1:100.

Algumas faculdades possuem também disciplinas de Projeto de Interiores e Projeto Executivo; neste caso as escalas de representação de plantas passam a ser 1:50, 1:25 e de detalhes em 1:10, 1:5 etc – desenhos, portanto, MAIORES daqueles feitos na escala 1:100.

Representação gráfica - Planta de Guarita - Escala 1:50
Planta de Guarita – Base para Detalhamento na  disciplina de Projeto Executivo – Escala 1:25

Considerando um projeto acadêmico “típico”, há diferentes escalas reunidas; por exemplo, a Planta de Situação (1:750), a Implantação (1:250), Plantas, Cortes e Fachadas (1:200 ou 1:125), Detalhes. Isso significa que o peso atribuído a alvenaria, por exemplo, na escala 1:125 e que tenha ficado correto não ficará correto na escala da Implantação – precisa ser ajustado.

O uso de softwares de desenho – como o Autocad – ajuda muito no ganho de tempo na produtividade dos desenhos mas precisa que o aluno entenda que o programa em si não resolverá as questões de peso gráfico sozinho.

Em outras palavras, para cada escala de desenho é necessário ajustar o peso gráfico dos elementos representados!

No caso específico do Autocad, o peso gráfico é dado através da configuração do arquivo CTB (arquivo de plotagem) que atribui a cada cor utilizada no desenho um peso específico.

O peso de linhas aprendido no primeiro semestre – e dado pela NBR 6492 – serve para a escala 1:100. Para todas as demais escalas, é necessário bom senso e muita prática.

A regra geral é: os elementos representados em planta, corte e fachada possuem uma hierarquia de pesos gráficos que independem da escala de desenho.

Isto é, pilares (cortados) sempre serão mais “fortes” que alvenarias (cortadas) qualquer que seja a escala. Alvenarias serão mais “fortes” que caixilhos.

Representação gráfica - Exemplo de Detalhamento de Banheiro na Escala 1:25
Exemplo de Detalhamento de Banheiro na Escala 1:25

Para um entendimento do uso de layers do Autocad e os diversos tipos de Linhas de Representação a ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) edita um Manual que auxilia na correta configuração dos arquivos ctb (arquivos de configuração de plotagem do Autocad). O manual pode ser baixado neste link.

Como regra geral, atribuímos a sequencia de cores principais do Autocad a hieraquia de cores. Assim, a cor vermelha terá o peso (“lineweight”) 0.1 mm, o amarelo 0.2mm, verde 0.3mm, cyan 0.4mm, azul 0.5mm e magenta 0.6mm.

Uma vez configurado este CTB, é necessário atribuir a cada elemento de desenho uma cor.

Costumo utilizar para escalas 1:50, 1:100, 1:125, a alvenaria alta (cortada) como azul (blue), pilares, vigas e lajes (cortados) como magenta, mobiliário e cotas como vermelho, letras e simbologia como amarelo ou verde e por aí vai. Isso deve ser configurado para cada escala, como vimos acima.

Representação gráfica - Linhas de RepresentaçãoLinhas de Representação

Assim, cada elemento do desenho precisa estar corretamente desenhado no respectivo layer, de forma que na impressão/plotagem do arquivo o Peso Gráfico esteja atendendo ao que estabelece a Norma.

Na “vida real” é praxe do mercado produzir os desenhos principais na escala 1:50, com seus respectivos detalhamentos em escalas 1:25.

Observação importante: estas informações são direcionadas a projetos acadêmicos – para projetos “da vida real” é indispensável a contratação de um Arquiteto para a verificação das necessidades de seu projeto e adequações a legislação de sua municipalidade.

 

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Representação de projetos de arquitetura (NBR-6492) – II https://marcelosbarra.com/representacao-projetos-arquitetura-nbr-6492-ii/ Fri, 21 Oct 2016 23:52:38 +0000 https://marcelosbarra.com?p=1776 Todo e qualquer desenho feito por Arquitetos brasileiros (e estudantes de Arquitetura) tem que seguir o que estabelece a norma NBR 6492 (1994). Já abordamos o assunto no post que pode ser acessado aqui.

Esta Norma começa estabelecendo diversas definições fundamentais,tais como:

  • Planta de Situação
  • Planta de locação ou Implantação
  • Planta de edificação
  • Corte
  • Fachada
  • Elevações
  • Detalhes ou ampliações
  • Escala
  • Programa de Necessidades
  • Memorial justificativo
  • Discriminação técnica
  • Especificação
  • Lista de Materiais
  • Orçamento

Sobre a produção do desenho em si, a Norma irá tratar desde os tipos de papeis a serem utilizados (lembrando que a Norma contempla também a produção de desenhos feitos a mão livre e a instrumentos), assim como os formatos padrão  de folhas (sendo o tamanho máximo o A0 e o mínimo o A4), a posição do Carimbo e os itens que devem dele constar.

A Norma especifica a posição das dobras das folhas, indicando ainda ser necessário observar o que diz a Norma NBR 10068 (Folha de desenho: leiaute e dimensões – padronização).

As diversas Fases que compõem um Projeto de Arquitetura – assim como os desenhos que devem ser apresentados em cada uma – também são definidas pela Norma:

  • Programa de Necessidades
  • Estudo Preliminar
  • Anteprojeto
  • Projeto Executivo
  • Projeto como construído (“as built”)

A Norma especifica TUDO o que deve ser indicado em Plantas, Cortes e Fachadas, de acordo com a Fase de Projeto. No caso de Projetos Executivos, a Norma irá indicar inclusive o que apresentar nos Detalhes Construtivos, Ampliações, Detalhes de Esquadrias e Quadro Geral de Acabamentos.

Tomando o Estudo Preliminar como exemplo, teríamos que apresentar obrigatoriamente:

Planta de Situação

  • simbologias de representação gráfica, conforme as prescritas no Anexo da norma;
  • curvas de nível existentes e projetadas, além de eventual sistema de coordenadas referenciais;
  • indicação do Norte;
  • vias de acesso ao conjunto, arruamento e logradouros adjacentes com os respectivos equipamentos urbanos;
  • indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático da cobertura das edificações;
  • denominação dos diversos edifícios ou blocos;
  • construções existentes, demolições ou remoções futuras, áreas non aedificandi e restrições governamentais;
  • escalas
  • notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

Plantas, Cortes e Fachadas

  • simbologias de representação gráfica conforme as prescritas na Norma;
  • indicação do Norte;
  • caracterização dos elementos de projeto: fechamentos externos e internos, acessos, circulações verticais e horizontais, áreas de serviço e demais elementos significativos;
  • indicação dos nomes dos compartimentos;
  • cotas gerais;
  • cotas de níveis principais;
  • escalas;
  • notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

Podem ainda ser apresentadas:

  • Sistema estrutural;
  • Eixos do Projeto;
  • Cotas complementares.

Desta forma, a produção de desenhos para Projetos de Arquitetura segue uma padronização a ser seguida em função da Fase de projeto que está sendo apresentada.

A Norma 6492 estabelece ainda  os Tipos de Linhas de Representação, cujos pesos gráficos variam entre 0,1mm e 0,6mm aproximadamente – vale destacar que esta variação leva em consideração o desenho a mão, que não é tão preciso quanto os desenho feitos em plataformas CAD.

Representação gráfica - linhas
Linhas de Representação

Para um entendimento do uso de layers do Autocad e os diversos tipos de Linhas de Representação a ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) edita um Manual que auxilia na correta configuração dos arquivos ctb (arquivos de configuração de plotagem do Autocad). O manual pode ser baixado neste link.

Assim, cada elemento do desenho precisa estar corretamente desenhado no respectivo layer, de forma que na impressão/plotagem do arquivo o Peso Gráfico esteja atendendo ao que estabelece a Norma.

Os símbolos gráficos (norte, indicações de nível, cortes, fachadas, tamanhos de letras, etc) são todos padronizados e estabelecidos pela Norma 6492. Qualquer símbolo com características diferentes não estará atendendo a Norma.

Representação gráfica - Marcação dos Cortes gerais
Marcação dos Cortes gerais

 

Observação importante: estas informações são direcionadas a projetos acadêmicos – para projetos “da vida real” é indispensável a contratação de um Arquiteto para a verificação das necessidades de seu projeto e adequações a legislação de sua municipalidade.

 

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